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Ela não é personagem do reino da imaginação, tampouco fêmea do touro ou parente do cavalo-marinho. A vaca-marinha já está extinta, mas foi descoberta, em 1741, pelo naturalista alemão Georg Steller – por isso é também conhecida como vaca-marinha-de-Steller. Ela habitava o mar de Bering, que fica perto do Alasca, e pertencia à família dos peixes-boi, mamífero que ocorre no Brasil e também corre risco de extinção.
Hydrodamalis gigas – como os cientistas a batizaram – desapareceu da natureza há cerca de 300 anos, mas as informações sobre ela foram registradas e estão bem vivas. Como seus familiares peixes-bois, a vaca-marinha era um animal bem grande, chegando a medir oito metros de comprimento e pesar cerca de 11 toneladas.
Em relação a esse corpo pesado, a cabeça da vaca-marinha era considerada de tamanho reduzido e seu pescoço mal aparecia. Seus olhos, nariz e orelhas eram também bem pequenos. Sua pela era escura como a do peixe-boi, sua cauda era tal como a de uma baleia e seus membros dianteiros, em forma de barbatanas, pareciam ganchos. A vaca-marinha não tinha dentes, mas triturava a comida com suas placas queratinizadas – duras e feitas da mesma substância que as nossas unhas.
Vivendo em águas frias e rasas, a vaca-marinha se alimentava dos vegetais que encontrava em abundância: algas, grama marinha e raízes de kelp (um tipo de alga gigante). Esse animal vivia em grupos e nunca saia da água. Mas, por ser mamífero e ter respiração pulmonar, frequentemente precisava subir à tona para respirar. Colocava apenas as narinas de fora e depois voltava a mergulhar, ficando de quatro a cinco minutos submersa.
A vaca-marinha-de-Steller era um animal monogâmico, isso quer dizer que tinha somente um companheiro ou companheira até o final da vida. Viviam juntos, fielmente, e perto do mês de outubro geravam seus filhotes.
A principal causa do desaparecimento da espécie foi a captura por pescadores. Eram presas fáceis por viver em águas rasas. Da vaca-marinha aproveitavam a carne – que diziam ter textura e sabor de bife de boi –, a gordura – para servir de óleo de cozinha –, o leite das fêmeas – para consumo e transformação em manteiga – e a pele – utilizada na fabricação de roupas e barcos.